segunda-feira, 24 de agosto de 2015

pecadora

E se fosse para contar dos pecados ela contaria dos que fez por amor:
Matou por amor, roubou por amor, desejou por amor. 
Quebrou paradigmas por amor, abriu a mente por amor, foi egoísta por amor.
Mentia por amor, omitia por amor, traia por amor.

Amor próprio, na maioria das vezes.

Se o amor não justifica, do que mais poderemos falar? (...)

terça-feira, 4 de agosto de 2015

sobre estar só, ela sabe

O sentimento enchia-lhe o peito. Sem pedir permissão invadiu todos os campos.
A escuridão que seus olhos viam fazia sentido, ainda que no meio de uma cidade luz.
Abria a boca e tornava a fechá-la. O coração calmo como água de rio. A mente tentava absorver o estado de torpor que todo seu corpo se encontrava, tentava reconhecer a natureza poderosa desse sentimento.
Os pensamentos surgiam; a mente sempre limpa. a boca não sentia necessidade de trabalhar; as cicatrizes escondidas; os medos bem guardados. a coragem escancarada no peito; e tudo isso era possível contemplar em um rosto limpo e, para os cegos, sem expressão.

Era mesmo possível sentir-se segura e completa transbordando esse sentimento cinza?
Encontrava-se confortável em seu mundo, sua segurança, seu mar de escuridão.
Acostumara a sentir-se assim.

Constantemente indagava-se se gostava ou não dessa doce solidão, que para tantos era avassaladora e para ela apenas calmaria,